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Foi apenas mais recentemente, porém, antes do jogo do dia 07 de setembro, que eu ouvi o termo coxinha ser utilizado como uma forma de se referir a alguém que não era nem policial e nem sócio de um motoclube.

 

Mas, então, o que é um coxinha?

 

Coxinha é um termo pejorativo usado para se referir (e, mais raramente, para ofender e desqualificar) jovens de classe média ou de classe média alta. O coxinha seria, então, aquilo que costumamos a chamar de menino criado pela vó, aqueles que jogaram bolinha de gude no carpete, que brincaram apenas no playground do condomínio enquanto a mãe esbravejava: cuidado! Enfim, coxinha é o menino riquinho e mimado depois de crescido (ao menos depois de fisicamente crescido).

 

O coxinha é o jovem que se opõe diametralmente à figura da juventude transviada, ele tem opiniões cheias de panos quentes, é boa praça e ameno (sem radicalismos). Além disso, se autodefine como pessoa “do bem”, separa seu lixo, compra produtos orgânicos, etc. Um legítimo coxinha só se destempera quando não consegue o que quer ou quando é contrariado (e não é necessário um grande evento adverso, basta uma fila grande no Starbucks ou um sinal de 3G lento). Nesse momento, suas opiniões se tornam radicais e suas reclamações exageradas. Tudo é um lixo, nada presta, só eles e os outros “do bem” se salvam…

 

Porque o termo pode ser considerado como pejorativo?

 

Eu tenho para mim que o motivo para o mesmo se “enrosca” com a estrutura da sociedade brasileira. Sendo um país de enorme desigualdade social (não apenas entre as camadas mais elevadas e as menos elevadas, mas também entre as camadas intermediárias), existe um imenso tabu diante das palavras rico e pobre. Com raras exceções, é claro, nenhum de nós aceita ser rotulado (ou se assumir) nem como rico, nem como pobre.
Mas, como gostamos de ser chamados? Como gostamos de nos ver? Vejamos isso, e a nós mesmos, no próximo post.

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