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Parte 1

Depois de diversos post a respeito do futebol, é hora de mudar um pouco para outro elemento da
cultura popular: as séries de TV (e os super-heróis também).

 

Quando o filme Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008) de Cristopher Nolan foi lançado em meio a incontáveis louvações da comunidade nerd, uma pequena crítica sempre era ouvida: sim, é um grande filme, mas, ao contrário de Batman Begins, não é um filme do Batman. É um filme de ação. Se você substituir o Batman por qualquer herói de ação (como o John McClane, por exemplo), o filme funciona normalmente.

 

Parece que Jonhatan Nolan – roteirista e irmão do diretor Cristopher Nolan que participou da confecção do roteiro do segundo filme, mas não do primeiro – não só ouviu as críticas, como nelas buscou inspiração para ir para a TV e produzir e escrever uma série de ação.

 

Person of Interest exibida pelo Brasil no canal a cabo Warner Channel e que poderia ter sido traduzido para algo como Envolvido (em um crime ou investigação policial) conta a história de John Resse (Jim Caviezel, o conde de Monte Cristo e o Jesus Cristo de Mel Gibson) um ex-soldado americano e agente da CIA que é recrutado pelo paranoico gênio multibilionário da informática Harold Finch (o Ben de Lost, mais uma vez fazendo mind games) para vigiar pessoas que estarão envolvidas (“as pessoas de interesse”, no caso) em um crime premeditado que ainda está para ocorrer. Essa “previsão” é feita por um sistema computadorizado (“A Máquina”) desenvolvido por Finch e cedido ao governo norte-americano. Criado após o onze de setembro para impedir ataques terroristas, tal sistema recebe dados de todos os sistemas de vigilância informatizados do país e os analisa para detectar uma conspiração com objetivos de efetuar um ataque terrorista. Contudo, a Máquina extrapolou sua programação original e tornou-se capaz de prever qualquer ato hostil premeditado. Temendo o uso de tal máquina pelo governo e revoltado com o fato do governo considerar os alertas de crimes menores (homicídios, por exemplo) como irrelevantes, Finch construiu um acesso secreto à máquina que lhe envia apenas o número de Seguridade Social de uma pessoa envolvida em um crime ainda por ocorrer. É aí que Reese entra como espião e como braço armado da dupla.

 

Com esse plot, poder-se-ia pensar que a série seria uma espécie de Minority Report com outras questões. No entanto, não é isso que ocorre. Não sei se por acaso ou por ironia (só de sacanagem), Jonhatan Nolan criou uma série de ação que poderia ser perfeitamente (ou pelo menos tem diversos elemento de) uma história do Batman. Enfim, é perfeitamente possível inverter o argumento utilizado para criticar o filme do homem-morcego de 2008 (exceto que esse argumento é usado aqui como um elogio): se trocarmos esse protagonista de ação (John Reese) pelo Batman, a série funcionaria normalmente.

 

No próximo post, continuaremos a discutir essa excelente série de ação e discutiremos os elementos (ponto a ponto) que poderiam ser facilmente adaptados (ou que nem precisariam ser adaptados) para uma história do Batman. Ainda essa semana aqui no blog da Language Trainers.

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