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Na semana passada, as redes sociais mais difundidas mundialmente (Facebook e Twitter) tiveram os seus assuntos, posts e fotos mais comentadas (ou curtidas) de sua breve história. Todos esses posts, fotos e assuntos estavam – de alguma forma – ligados à eleição presidencial norte-americana.

Claro, a eleição norte-americana não foi anunciada e debatida apenas nas novas mídias. As mídias tradicionais, rádios, jornais, telejornais, revistas também noticiaram amplamente o fato. Como os Estados Unidos são a maior potência econômica, militar e política, além do valor histórico de ser a primeira democracia presidencial do mundo, essa eleição não foi acompanhada e comentada apenas pelos eleitores norte-americanos, mas, sim por todo o mundo, que mesmo sem participar de tal processo democrático comentou e torceu.

 

Assim, as eleições foram tema de conversa de bar, de debates em sala de aula, de conversação em curso de inglês em Salvador, em São Paulo, enfim, por todo o país e em todos os outros países também. .

 

Em parte, isso ajuda a explicar, a surpresa de alguns usuários norte-americanos do Twitter ao ver a frase “Parabéns Obama” (assim mesmo em Português) nos Trend Topics mundiais no dia seguinte após a eleição. Muitos diziam até que os brasileiros estavam mais empolgados que os próprios americanos. É claro, depois de sermos bombardeados com informações, pesquisas, comentários, análises e manifestações de apoio de ambos os lados por todas as mídias, foi quase impossível ficar indiferente ao processo eleitoral na terra dos ianques. Aliás, convém aqui ressaltar, que nós, os brasileiros, não fomos os únicos empolgados, países europeus fizeram festas de comemoração, a França fez uma pesquisa para ver quem ganharia se a eleição fosse lá… enfim, essa eleição teve a atenção de todo o mundo.

 

Outro motivo, para a grande empolgação dos brasileiros com a vitória de Obama foi o fato de que a maioria de nós torceu para ele. O brasileiro se identifica e gosta de Barack Obama. Ele é, de longe, o mais brasileiro dos presidentes americanos. Nós nos identificamos com a cor miscigenada de sua pele, com sua origem cultura miscigenada (muçulmano, negro), com seu sorriso largo e simpático, com seu caminhar tranquilo (sem transparecer arrogância), com seus discursos de esperança e com suas atitudes: convidar as pessoas para a Casa Branca não para tomar vinhos, espumantes ou burbons caríssimos, mas aquela cervejinha; o fato de jogar uma partida de basquete (equivalente ao futebol de fim de semana por aqui) na véspera da eleição… Enfim, ao contrário da imagem que se tem na mente ao se pensar em ”Presidente dos EUA”, Obama é o tipo de cara com o qual se pode imaginar tomar uma cerveja no boteco da esquina…

 

O terceiro motivo, um motivo um pouco mais sombrio, talvez seja o fato de que um país que sempre teve uma situação racial oposta à nossa (“aqui é todo mundo misturado, agora, os EUA, não. Lá tem racismo!”), um país onde o racismo existe abertamente e foi até pouco tempo uma política de estado tenha elegido democraticamente um presidente negro. Enquanto, nós, o caldeirão étnico, a terra da convivência harmônica entre as raças não estamos nem ao menos perto de fazê-lo (basta, olhar os principais quadros dos principais partidos políticos da atualidade…)

 

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