Porque o Inglês é Como é – Simples e às Vezes Confuso

O inglês é uma importante língua para o mundo. Apesar de ser o terceiro idioma mais falado no mundo, atrás do mandarim e do espanhol, o inglês é a língua principal do discurso internacional, é a mais comum para a comunicação de pessoas falantes de línguas diferentes em muitos lugares além de outros importantes usos. Mas de onde surgiu o inglês?

            Esse idioma é resultado de uma história complexa que começou em um passado distante, cerca de 1.000 anos a.C. quando nas ilhas da Grã-Bretanha (onde é o Reino Unido) a cultura celta se estabeleceu até as invasões romanas, em 44 d.C. A presença de legiões romanas causou transformações na economia, política e sociedade. Por isso, deixou palavras latinas para preencher conceitos gerados por essas transformações.

            Com a crise em Roma, as legiões romanas se retiraram da região. Deixando os celtas indefesos diante de tribos inimigas do norte da ilha. Os celtas, então, solicitaram ajuda de povos do continente, como os anglos, jutos e os saxões. Esses povos que iriam ajudar, se aproveitaram para invadir e massacrar as tribos celtas antes de estabeleceram na região. A prova disso é que quase não há traços celtas na língua inglesa.

            São os dialetos dos anglos e dos saxãos que dão origem a língua inglesa. A partir disso, a história do inglês se divide em três períodos:

Old English (500 – 1.100 d.C.)

O inglês é marcado por ser composto por vários dialetos. Eles eram funcionais para descrever fatos e atender necessidades de comunicação diária. O vocabulário greco-latino é levado pela cristianização da igreja daquele tempo e ajudou a expandiu a linguagem anglo-saxônica na direção de conceitos abstratos. Em 1066, a região é conquistada pela Normandia e um dialeto francês é influencia a elite inglesa, o que chegou a durar 300 anos.

Middle English (1.100 – 1.500)

Extensão do Reino Normando.

Extensão do Reino Normando.

            O começo dessa fase é caracterizada pela forte presença e influência da língua francesa no inglês, daí aparece um novo vocabulário para suprir novos conceitos administrativos, políticos e sociais que surgiram com o domínio do povo da Normandia. Houve casos em que existiam palavras equivalentes de origem germânicas, mas desapareciam ou passaram a coexistir com os equivalentes de origem francesa, como sinônimos, só que com o passar do tempo, tiveram significados diferentes. Aos poucos, aparece um sentimento nacionalista onde o idioma inglês sobrepõe o francês e o latim no uso de documentos oficiais. Aparece a literatura nacional. Esse período também é caracterizado pelo “The Great Vowel Shift“, que foi uma grandíssima mudança na pronúncia das vogais do inglês. No século XV o sistema de sons das vogais da língua inglesa era semelhantes inclusive ao português.

Influências Francesas no Brasão de Armas do Reino Unido

Influências Francesas no Brasão de Armas do Reino Unido

Modern English (após 1.500)

            É um período de padronização e unificação da língua inglesa com o aparecimento de dicionários e obras que descreviam a estrutura gramatical do inglês. Surge nos séculos 16 e 17, o verbo auxiliar “do” para frases interrogativas e negativas. A literatura se desenvolve (muito graças a Shakespeare). O colonialismo britânico do séc. XIV levava o inglês a áreas remotas do mundo, proporcionando contatos com culturas diferentes e trazendo novo enriquecimento ao vocabulário inglês.

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Desde o início da era cristã seis idiomas chegaram a ser falados na Inglaterra: celta, latim, Old English, francês normando, Middle English e Modern English. Isso explica o fato do inglês ser uma língua menos sistemáticas menos regular, quando comparadas as línguas latinas ou ao alemão. Pode-se comparar o inglês de hoje a uma colcha feita de retalhos de diferentes origens. E por isso algumas vezes as regras são ou pouco confusas e parece não seguir nenhuma lógica

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