Filhos de Pais de Diferentes Nacionalidades – Vão Ser Bilíngues?

Há algumas semanas atrás eu conversava com um amigo brasileiro que é casado com uma japonesa. Não faz muito tempo que estão juntos porém já estão planejando um filhinho, e eu logo me questionei qual seria a primeira língua que o bebe aprenderia a falar, japonês ou português? A criança vai sempre misturar as duas línguas ou até ter atrasos para começar a falar devido a confusão linguística?.Também me questionei sobre como seria para essa criança aprender simultaneamente duas línguas sem nenhuma conexão entre as mesmas. Resolvi investigar, até porque minha namorada não é brasileira e penso que caso tenhamos filhos, como será essa experiência (neste caso para meu suposto filho creio que será mais fácil que japonês/português, já que minha namorada fala espanhol).

Mitos sobre a criação de uma criança com mais de um idioma não faltam. Às vezes os pais são desencorajados a fazê-lo. Lhes é dito que pode levar à confusão e atrasos de fala. Listo alguns mitos mais comuns e a verdade por trás de criar um filho para ser bilíngue.

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1. Crescer com mais de um idioma confunde crianças.

Este é de longe o mais prevalente de todos os equívocos. Alguns pais pensam que, se uma criança é exposta a duas línguas ao mesmo tempo, ela pode ficar confusa e não ser capaz de diferencia-los, entretanto os especialistas dizem que a partir de apenas alguns dias após o nascimento, todas as crianças já podem diferenciar muitos idiomas. Isso pode ser mais perceptível quando as línguas são muito diferentes umas das outras – como o caso citado acima – Português / Japonês.

Nessa tenra idade, as crianças geralmente têm ainda dificuldade em distinguir duas línguas muito semelhantes como português e espanhol. Porém com aproximadamente 6 meses de idade, eles já podem perceber a diferença mais complexas entre línguas.

O mito confusão é provavelmente o resultado de pesquisas mais antigas que analisavam estudos mal concebidos, e chegou-se à conclusão de que a exposição precoce a duas línguas colocaria essas crianças em desvantagem. Essa pesquisa levou educadores a desestimular os pais que falam duas línguas diferentes a ensinar essas duas línguas ao mesmo tempo porém enfatizar  a proficiência apenas na língua nativa do país que vivem.

2. Criar um filho para ser bilíngue pode causar atrasos de fala.

Algumas crianças criadas em um ambiente bilíngue podem demorar um pouco mais para começar a falar do que aqueles criados em famílias monolíngues. O atraso é temporário, no entanto e de acordo com especialistas, não é uma regra geral.

Infelizmente, os pais que levantam preocupações sobre o desenvolvimento da fala da criança bilíngue são muitas vezes os que foram ditos para permanecer com o ensino de uma língua apenas. Isso acontece porque, no passado, o bilinguismo foi considerado o culpado em problemas com o desenvolvimento da linguagem.

Mesmo se seu filho já foi diagnosticado com algum tipo de atraso para começar a falar, torna-lo bilíngue não fará com que comece a falar tardiamente. Estudos descobriram que as crianças com atrasos de na fala que estão em ambientes bilíngue, começam a falar na mesma frequência daqueles que vivem em lares monolíngues

3. crianças bilíngues acabam misturando as duas línguas. 

Misturar línguas é inevitável e inofensivo. Mas para alguns que não estejam familiarizados com o bilinguismo, essa é a prova de que a criança não pode falar as línguas separadamente.
A maioria das crianças que são criadas bilíngues, deixam de misturar as línguas assim que conseguem identificar e separar cada língua. Além disso, uma das línguas tem frequentemente uma influência mais forte sobre a criança do que a outra. As crianças que têm um vocabulário menor na língua minoritária podem recorrer a palavras da língua majoritária, conforme necessário.
Os especialistas concordam que a mistura é temporária e eventualmente, ela vai embora conforme o vocabulário da criança se desenvolve em ambos os idiomas e ele tem mais exposição a cada um.

5. As crianças são como esponjas e elas se tornarão bilíngues,sem esforço e em pouco tempo.

Quanto mais cedo a criança entre em contato com uma língua estrangeira, mais fácil será a aprendizagem, entretanto isso não acontece por osmose. É errôneo esperar que o seu filho aprenda inglês, somente assistindo Cartoon Network em inglês.
Aprender uma língua não tem de ser uma tarefa árdua. Mas a introdução de uma segunda língua para seus filhos exige algum tipo de estrutura e, mais importante, a consistência, seja através de uma conversa do dia-a-dia ou instrução formal. A ideia é expô-los ao aprendizado da língua de formas significativas e interessantes que estão ligados à vida real.

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